97,6% das empresas nas Américas já colhem resultados concretos com Inteligência Artificial

Brasil lidera confiança na adoção de IA, enquanto investimentos regionais devem atingir US$ 477,8 bilhões até 2028

São Paulo, agosto de 2025 – Segundo uma pesquisa da International Data Corporation (IDC) em parceria com a Intel, a Inteligência Artificial (IA) já deixou de ser uma promessa e se tornou um ativo estratégico para as empresas das Américas. O levantamento mostra que 97,6% das empresas já registram ganhos concretos, com melhoria média de 20% nas atividades-alvo e casos de sucesso com aumentos de até 49%. Mais de 460 organizações na região foram entrevistadas para a pesquisa.

Segundo o levantamento, entre os principais resultados esperados pelas iniciativas de IA estão eficiência operacional, produtividade dos colaboradores, inovação mais rápida, agilidade nos negócios e satisfação do cliente. A tendência era que, em 2024, a prioridade das empresas fosse a eficiência, mas, em 2025, a experiência do cliente deva assumir papel central.

Apesar de ainda representar apenas 14,5% das iniciativas engajadas, a Agentic IA, forma de inteligência artificial capaz de agir de maneira autônoma para atingir objetivos, já surge como um componente estratégico, especialmente em operações de TI, segurança, atendimento e suporte ao cliente, além de pesquisa e desenvolvimento e desenvolvimento de software.

“As empresas que adotam IA hoje estão entregando resultados mensuráveis em produtividade e inovação. Mas para que esses ganhos se sustentem, é fundamental combinar tecnologia, governança e ética em cada etapa da implementação.”

-Fabiano Sabatini, Diretor de Alianças e Especialista de IoT da Intel na América Latina.

O levantamento também revela que os dados são o ativo mais crítico na jornada de IA, mas ainda há lacunas. Mais de um terço das empresas (35,8%) não realizou inventário de ativos e mais da metade reconhece a necessidade de investir em gerenciamento de dados, segurança e conformidade. Recursos híbridos e multicloud são considerados essenciais por cerca de 28% das organizações. Paralelamente, o Edge Computing se consolida como pilar estratégico, com crescimento de participação nos orçamentos de TI e aplicações voltadas a análises em tempo real, IoT e experiência do cliente.

As empresas estão se preparando, também, para a expansão da IA Generativa, priorizando investimentos em ferramentas de desenvolvimento, segurança, gerenciamento de dados, treinamento de modelos e infraestrutura de computação, com o objetivo de sustentar processos transformadores e potencializar experiências para clientes.

Segundo projeções do levantamento, os gastos com IA nas Américas devem crescer a uma taxa anual composta (CAGR) de 32,9% entre 2023 e 2028, atingindo US$ 477,8 bilhões ao final do período.

Contexto governamental e socioeconômico

A pesquisa mostra que políticas públicas e marcos regulatórios são percebidos de forma positiva por mais de 70% das empresas, especialmente quando considerados financiamento de pesquisa e regulamentações de privacidade e segurança, citados por 67,1% dos entrevistados. Programas de educação e treinamento (58,9%) e parcerias público-privadas (43,9%) também são destacados como elementos que favorecem a adoção da IA.

Ao mesmo tempo, desafios regulatórios persistem, incluindo regulamentações de privacidade de dados, diretrizes éticas e custos de conformidade, mas há consenso sobre a necessidade de investimentos contínuos em desenvolvimento de habilidades, infraestrutura e treinamento da força de trabalho.

“Políticas públicas claras, investimentos em pesquisa e educação e parcerias entre setor público e privado criam o ambiente ideal para que a IA entregue todo o seu potencial de forma ética e segura”, afirma Sabatini.

Estado da IA no Brasil

O Brasil lidera a confiança entre os países pesquisados: 32% das empresas se consideram extremamente preparadas para aproveitar a IA nos próximos dois anos, acima da média global de 27%. A adoção da IA tradicional atinge 58,7% no país, enquanto a IA Generativa chega a 55,3% e a Agentic IA a cerca de 15%.

Apesar do otimismo, 21,4% das organizações ainda não realizaram inventário de dados, e apenas 51,8% dos ativos estão prontos para análises. O Edge Computing cresce de 14% para 15% do orçamento de TI - em comparação à média dos demais países analisados -, com aplicações prioritárias em análises em tempo real e IoT (68%). No contexto governamental, o país recebe nota média de 3,74, com destaque para financiamento à pesquisa (67,1%) e regulamentação de privacidade de dados (65%). O Plano Brasileiro de IA, com R$ 23 bilhões previstos, é visto como uma oportunidade para expandir aplicações além de usos tradicionais.

Panorama regional

Nos Estados Unidos, a adoção de IA tradicional (58,9%) e GenAI (58,8%) é equilibrada, enquanto a Agentic IA ainda atinge 13,9%. Apenas 16,8% das empresas não fizeram inventário de dados, o menor percentual da região. O Edge Computing representa 16% do orçamento de TI, com foco em varejo e experiência do cliente.

No México, IA tradicional (56,2%) e GenAI (51,9%) têm volumes semelhantes, enquanto a Agentic IA ainda é incipiente. O país apresenta o maior percentual de empresas moderadamente preparadas (37%), com destaque para inovação e experiência do cliente como prioridades estratégicas.

O Canadá apresenta adoção equilibrada: IA tradicional (54,7%), GenAI (52,4%) e Agentic IA (16,3%). Apenas 14,7% das empresas não possuem inventário de dados e 54,7% estão disponíveis para análises. O Edge Computing cresce para 16,6% do orçamento, com ênfase em análises em tempo real. O contexto governamental é avaliado positivamente (nota média 4,07), destacando regulamentações de privacidade e financiamento à pesquisa.

“O potencial da IA é imenso, mas para capturá-lo é necessário investir em infraestrutura robusta, dados preparados e talentos capacitados. Empresas que conseguirem equilibrar inovação com responsabilidade estarão em posição de liderança nos próximos anos”, conclui Sabatini.