UnB inaugura laboratório de inteligência artificial e supercomputação

Carlos Buarque, diretor de marketing da Intel Brasil, no evento, falando sobre a parceria.

Laboratório busca acelerar descobertas em saúde, meio ambiente e educação, democratizando o acesso à ciência de ponta

São Paulo, setembro de 2025 - A Universidade de Brasília (UnB) inaugurou o Laboratório Multiusuário Institucional de Inteligência Artificial e Supercomputação (LMISup), infraestrutura estratégica que reforça o papel de vanguarda da instituição na pesquisa científica no país. O espaço abriga o primeiro cluster de supercomputação da UnB equipado com aceleradores de IA Intel Gaudi 2, capaz de realizar mais de um quatrilhão de operações por segundo. A cerimônia, realizada no Auditório da AdunB nesta segunda-feira (15), marcou também o lançamento de um edital para uso do laboratório voltado a grupos de pesquisa, ensino e inovação da UnB.

A reitora da UnB Rozana Naves lembrou que o LMISup nasce com espírito colaborativo e interdisciplinar. “O que queremos é um laboratório de supercomputação, não de supercompetição. Ele foi concebido para atender pesquisadores de diferentes áreas, do campo da saúde às humanidades digitais, sempre com foco em soberania científica e justiça social”, ressaltou.

O vice-reitor Márcio Muniz destacou a dimensão histórica da iniciativa. “Estamos diante de uma mudança de paradigma. Esse equipamento coloca a universidade em outro patamar de pesquisa, com capacidade de responder a desafios científicos e sociais de forma inédita”, afirmou.

Para o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, a inauguração representa mais que um avanço técnico: “Quando falamos de inteligência artificial, falamos também de soberania. O país precisa dominar suas ferramentas estratégicas. O LMISup é um passo decisivo nessa direção”.

A expectativa é que o LMISup potencialize resultados em diversas frentes: no campo da saúde, acelerando diagnósticos por imagem e análise genômica; na área ambiental, oferecendo maior precisão a modelos de previsão climática; e em políticas públicas, ampliando a análise de grandes bases de dados. “Estamos diante de um salto tecnológico que permitirá ao Brasil desenvolver soluções próprias, com impacto social e econômico direto”, avaliou o representante do MCTI, Alessandro Campos.

O deputado federal Rodrigo Rollemberg, representante da bancada da ciência e tecnologia no Congresso, ressaltou o papel da UnB como referência nacional. “A Universidade cumpre o sonho de Darcy Ribeiro: ser vanguarda na produção de conhecimento e inovação. Este laboratório permitirá avanços decisivos em biotecnologia, medicamentos, previsões climáticas e tantas outras áreas que impactam diretamente a vida da população brasileira”, disse.

“Essa parceria com a UnB é um marco para a Intel no Brasil. Com o novo cluster de supercomputação, estamos ampliando o acesso da comunidade científica brasileira a tecnologias de ponta em Inteligência Artificial e fortalecendo o papel do país no cenário global de inovação”, destaca Gisselle Ruiz Lanza, presidente da Intel na América Latina.

O projeto é fruto do trabalho conjunto da Comissão de Políticas de Inteligência Artificial e Supercomputação da UnB, com participação do Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI), da Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), do Parque Científico e Tecnológico (PCTec) e do Centro Integrado de Pesquisa em Inteligência Artificial (CenIA). Contou ainda com apoio da Intel e de órgãos como o CNPq e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

EDITAL - Segundo o edital lançado durante a cerimônia, docentes e servidores da UnB vinculados a grupos de pesquisa registrados no CNPq poderão submeter propostas de uso da infraestrutura. Cada projeto selecionado terá até 60 dias de acesso ao cluster, em chamadas voltadas a diferentes áreas do conhecimento, incluindo saúde, meio ambiente, inteligência artificial, ciência de dados, engenharia e humanidades digitais. O edital prevê que a seleção dos projetos será realizada com base em critérios de relevância científica, viabilidade técnica e potencial de inovação, garantindo que os recursos do laboratório sejam aplicados de forma estratégica e eficaz.

A iniciativa busca não apenas ampliar a produção científica da UnB, mas também formar pesquisadores capacitados a operar tecnologias de ponta em supercomputação e inteligência artificial, fortalecendo a colaboração entre universidades, centros de pesquisa e setor tecnológico. Com o edital, a universidade espera criar um ecossistema de pesquisa aberto e interdisciplinar, em que projetos inovadores possam se beneficiar da infraestrutura de supercomputação para gerar soluções aplicáveis à sociedade, contribuir para políticas públicas baseadas em evidências e fomentar avanços em áreas estratégicas para o desenvolvimento do país.